A juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da Primeira Vara Criminal de Cuiabá, marcou para 6 de dezembro o julgamento de Jaíra Gonçalves de Arruda Oliveira, acusada de matar envenenada a enteada Mirella Poliane Chue de Oliveira, à época com 11 anos.
A audiência será realizada de forma presencial, às 9h, no Fórum de Cuiabá.
Na mesma decisão, a juíza negou pedido para converter a prisão preventiva da acusada em domiciliar. Segundo a defesa de Jaíra, a mulher estaria com estado de saúde fragilizado.
A magistrada ainda considerou o fato de que a mulher possui forte influência sobre o marido, pai da menina, que não sabia das ações da companheira até as investigações da Polícia Civil. Por isso, decidiu mantê-la na prisão.
Morte de Mirella
Mirella morreu em 13 de junho de 2019, em um hospital particular de Cuiabá. À época, a família não sabia do crime.
Exames da Politec apontaram duas substâncias no sangue da criança, sendo que uma seria um veneno que provoca intoxicação crônica ou aguda, e leva à morte. Foi então que a Delegacia Especializada na Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) passou a investigar o caso.
Segundo a Polícia Civil, a menina recebia da madrasta doses diárias de veneno, durante dois meses. A menina chegou a ser internada diversas vezes, com sintomas de vômitos, tonturas e dores de barriga. Até que faleceu.
A motivação seria uma herança que a menina receberia em razão da morte da mãe logo após seu parto, por erro médico. Inicialmente, o valor era apontado como R$ 800 mil. Contudo, o valor recebido pela família seria de R$ 600 mil. Parte desse montante seria embolsado pela criança assim que ela completasse 18 anos. Outra parte fica com a avó materna.
Havia suspeita de que a acusada pudesse ter envenenado o avô paterno da menina, com quem Mirella morava até 2018, quando ele morreu. Foi apenas depois que ela passou a viver com a madrasta.
Em 2020 foi feita exumação do corpo do idoso. Contudo, a conclusão da Politec foi que o avô não teria sido envenenado.