Em anáise do momento político, Wendell Girotto, presidente do PT de Rondonópolis, fala sobre as mobilizações da Campanha Nacional Fora Bolsonaro e preparativos para o 24 de julho.
Comitê Fora Bolsonaro e as mobilizações que vêm acontecendo desde 29 de maio na cidade e no país.
Para nós, as manifestações estão ocorrendo no momento histórico certo, com a estabilidade da pandemia, com uma sucessão de acontecimentos e os gatilho da CPI da Pandemia.
Sempre houve manifestações, desde o começo do governo Bolsonaro tem acontecido manifestações nas mais diversas formas de casa, panelaços, as vezes carreatas, manifestações nas redes sociais, uma mistura de lutas muito boa.
Em seguida a absolvição do presidente Lula e a restituição dos seus direitos eleitorais que escancarou o golpe e enfraqueceu a Lava-Jato e o superminsitro Sérgio Moro e os procuradores de “Power Point”, também teve o “efeito Lula” dando ânimo a militância e as pessoas que reconhecem que durante o governo do Lula conquistaram muitas coisas.
CPI
E outro fator político acontecendo agora é a CPI, só mostra pra todos que a ausência de vacina não foi por acaso. Escancarou a corrupção do governo Bolsonaro.
De certa forma esses foram os motores da mobilização política.
O retorno do presidente Lula traz esperança e a CPI mostra que é possível derrubar Bolsonaro antes de 2022. No entanto, para que isso ocorra, as mobilizações e a militância precisa endurecer: O ideal seria uma paralização geral.
Neste momento estamos construindo uma paralização nacional para início de agosto. E dessa vez não vamos falar que é de greve porque não se trata negociação entre os trabalhadores e patrões.
São 15 milhões de desempregados, esses trabalhadores e trabalhadoras vão negociar com quem?
A ideia é que temos que envolver todos os setores desde o comércio até os transportes, tentar mobilizar várias categorias.
Há um debate amplo e o entendimento da maioria é que a esquerda brasileira na disputa de correlação de forças, tem que demonstrar organização para chegar com força às eleições de 2022 com legitimidade, sem necessidade de muitos acordos para ampliar a força.
Frente Ampla
Frente Ampla tão debatida e comentada nesse momento histórico se torna extremamente necessária e, ainda com a reação progressista contra o Bolsonaro, até a direita oposicionista tem mobilizado e criado mesmo que timidamente suas próprias manifestações, separadas do Fora Bolsonaro.
A luta se dará por uma frente ampla do Fora Bolsonaro, mas isso não quer dizer que necessariamente a gente se mobilize juntos, até porque as pautas são diferentes apenas o objetivo é o mesmo o fora Bolsonaro.
No nosso entendimento a Frente Ampla à qual se refere é apenas política, “de base”, não eleitoral, não corremos o risco da direita se unir as nossas manifestações de esquerda, nem para tentar se apropriar delas, como ocorreu em 2013, porque eles não vão apostar todas as suas fichas em derrubar Bolsonaro sem ter uma alternativa ou como dizem terceira via.
#24J
A nossa próxima manifestação está marcada para o dia 24 de julho. Alguns criticam os tamanhos das mobilizações tentando desestimular e até mesmo tentar a desmobilização, não acreditamos que está do dia 24 seja tão maior que as anteriores porque não há um fator novo, nem na política, nem na economia, tampouco há tantas pessoas a mais vacinadas para aumentar a mobilização popular e enquadrar o Congresso com a nossa força, e até por que presamos por uma margem de segurança organizamos seguindo os protocolos de segurança sanitária com uso de máscaras e álcool. O que sabemos é da importância de seguir indo às ruas, ocupar esse espaço que é historicamente nosso e não deixar brecha pra direita.
A nossa ideia em Rondonópolis é deixar os atos mais leves, mais colorido, com a presença de outros setores universidades, institutos, sindicatos, partidos, torcida de times….
O momento é de ocupar as ruas, debater a atual situação a desesperança dos mais empobrecidos, exigir vacina para todas e todos, auxílio emergêncial, emprego e comida no prato.
Esperança
O brasileiro precisa voltar a ter esperanças, já fomos o país que tinha o povo mais feliz do mundo, isso não quer dizer que é preciso negar os atores, o governo tem que dialogar com os empresários, com os políticos, com o agronegócio, com os trabalhadores, com bancários e também com banqueiros, é esse o papel do governo, o papel do governo é parecido com o do chefe de família que não tem filho melhor ou filho pior, mas sim o que tem é são os filhos que precisa mais que os outros. É preciso governar de baixo pra cima não de cima pra baixo é preciso fazer as coisas para os mais necessitados. Não é suportável saber que um ser humano no Brasil passe fome, porque a fome voltou e está pesada.
São 15 milhões de desempregados, 33 milhões de pessoas subocupadas e 6 milhões que nem procuram mais emprego, são 54 milhões de desalentados no país, é preciso recuperar esse país, isso só pode acontecer com geração de emprego, distribuição de renda, com educação, com paz, com respeito, moradia, saúde, segurança, com comida na mesa, essas são algumas saídas para recuperação da alegria do povo brasileiro.