Afastado da política desde 2016, quando concorreu, sem sucesso, ao quarto mandato como prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, que se declara ‘aposentado da vida pública’, está mobilizando lideranças da região sul de Mato Grosso em prol da candidatura de Lula (PT) à presidência da República.De acordo com Percival, a missão de eleger Lula é muito fácil e, ao invés de só pedir apoio, na maioria das vezes sua conversa com as lideranças da região avança para elencar as necessidades de Mato Grosso para inclusão no Plano de Governo do petista, principalmente na área de infraestrutura.
Ele aposta que o agronegócio não terá força na decisão presidencial, uma vez que, segundo ele, o setor possui força econômica, mas representa pouco mais de 10% do eleitorado mato-grossense. A insatisfação com a gestão de Bolsonaro é o maior aliado de Lula, em sua avaliação. “Naquele momento [eleições de 2018], as pessoas ansiavam por mudança e o Bolsonaro ganhou força. Hoje, temos milhões de arrependidos! Nada foi feito, as estradas estão voltando a ser o que eram, a infraestrutura não avançou, está tudo parado. Até o agro consegue enxergar a ineficiência desta gestão”, dispara, em conversa com o HNT.
A missão de eleger Lula aproximou Percival do prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (SD), justamente quem o tirou da política em 2016. Muniz assegura que não existe rusgas entre eles, apenas divergências na condução do Executivo, já que Pátio tem um perfil mais popular, mas afirma que ele está fazendo um bom trabalho no Executivo local.
Contrariando boatos de que se encontrará com o presidenciável neste final de semana, Percival afirma que quer evitar ‘ciumeiras políticas’, razão pela qual não foi ao encontro das lideranças de Mato Grosso com Lula no início deste mês, em São Paulo. “Eu não tenho pretensão política mais, minha colaboração na campanha é por acreditar. Prefiro ficar mais afastado, trabalhando nos bastidores”, diz.
Muniz está filiado ao PDT, que tem Ciro Gomes como pré-candidato, mas acredita no recuo do ex-ministro cearense em apoio a Lula. “Se precisar me desfiliar tudo bem. Meu apoio a Lula é de militância, não partidário”.