Mãe de criança autista denuncia empresa de transporte após experiência humilhante em rodoviária e acionamento da Polícia Militar
Na terça-feira (11), a mãe de uma criança autista de 10 anos registrou um boletim de ocorrência contra a empresa AM Transporte, relatando uma série de problemas durante uma viagem de ônibus. Silvana Santos adquiriu duas passagens de ônibus leito com o intuito de proporcionar uma viagem tranquila para seu filho. No entanto, ao chegar na Rodoviária de Cuiabá, deparou-se com um ônibus lotado e sem as poltronas leito prometidas.
Silvana relata que as passagens foram adquiridas por meio de uma conversa pelo WhatsApp com um funcionário da empresa, realizando o pagamento via Pix. Entretanto, ao chegar à plataforma 3 da rodoviária, o ônibus disponibilizado não correspondia às condições acordadas. Além disso, o horário de partida havia sido antecipado sem aviso prévio, pegando Silvana de surpresa.
Ao questionar se outro veículo seria enviado para resolver o problema, Silvana teria recebido uma resposta ríspida de um colaborador, informando que somente aquele ônibus seguiria para o destino desejado. A mãe explicou a situação, ressaltando que seu filho é autista e não poderia ocupar um assento no fundo do veículo. Ela tentou mostrar a conversa que comprovava a compra e pagamento das passagens, mas o funcionário instruiu-a a resolver o problema por conta própria.
Em forma de protesto, Silvana decidiu sentar-se na escada do ônibus, porém foi impedida pelos demais passageiros, que acionaram a Polícia Militar. Os demais passageiros, que haviam comprado passagens comuns, queriam embarcar e seguir viagem. Silvana foi humilhada durante a confusão que se seguiu. Um passageiro ligou para a Polícia Militar.
Segundo o boletim de ocorrência, Silvana tentou entrar em contato com o funcionário responsável pela venda das passagens, mas suas ligações foram ignoradas. Enquanto isso, o ônibus partiu às 19h1, deixando Silvana na plataforma junto com seu filho em crise, chorando e com quatro volumes de malas. Os representantes locais da empresa foram embora com as passagens, sem oferecer qualquer assistência, como veículo alternativo, hospedagem, alimentação ou cuidados médicos para o filho em crise.
Relatos da denunciante indicam que o gerente da AM Transporte ofereceu uma cortesia para outra oportunidade, porém Silvana recusou a proposta, considerando injusto embarcar em um ônibus lotado e sem as poltronas reservadas. O caso foi encaminhado às autoridades competentes para investigação dos possíveis problemas no atendimento prestado pela empresa de transporte.