A Polícia Civil de Sorriso prendeu uma mulher suspeita de se passar por advogada previdenciária para aplicar golpes em idosos. De acordo com a investigação, ao menos três vítimas procuraram a delegacia para registrar boletins de ocorrência relatando que haviam sido enganadas sob a promessa de reaver valores junto ao INSS ou aumentar o valor da futura aposentadoria.
Segundo os relatos, a golpista abordava os idosos apresentando-se como especialista em causas previdenciárias. Aproveitando-se da boa-fé das vítimas, convencia-os a fornecer documentos pessoais e a realizar videochamadas que, supostamente, serviriam para confirmar a identidade junto ao INSS.
Entretanto, a suspeita utilizava esses dados para abrir contas bancárias — inclusive em bancos digitais — no nome dos idosos. Com essas contas, ela solicitava cartões de crédito e contratava empréstimos que eram utilizados em benefício próprio. Os cartões eram entregues diretamente na casa da investigada.
Em apenas um dos casos, um idoso de 67 anos teve mais de R$ 15 mil gastos em seu nome. Já outra vítima, de 57 anos, sofreu um prejuízo superior a R$ 50 mil em empréstimos fraudulentos.
Durante cumprimento de mandado de busca na casa da suspeita, a Polícia Civil encontrou mais de 20 cartões bancários em nome de diferentes pessoas, diversos documentos de identidade, quatro máquinas de cartão que teriam sido usadas para transações fraudulentas e até uma encomenda do Mercado Livre — uma boneca comprada como presente para a neta da estelionatária, mas adquirida em nome de uma das vítimas, sem seu conhecimento.
Também foi apreendido um veículo que pode ter sido comprado com recursos oriundos dos golpes. Ao ser questionada, a suspeita alegou que o valor do carro teria vindo de ganhos em jogos virtuais como “tigrinho” e “aviãozinho”.
De forma irônica, em um dos áudios enviados por WhatsApp a uma das vítimas, a golpista ainda alertava: “tome cuidado para não cair em golpes, a cidade está cheia de gente tentando enganar os outros”.
A mulher segue presa e responderá por estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos, entre outros crimes. A Polícia Civil investiga se há outras vítimas envolvidas no esquema.
NORTÃO MT
